Aula 1- A História da Publicidade e A Imprensa Preta SÉC. XIX (Bárbara Portela, Yasmin Nadler, Nicoli, Ana Carolina)

A ORALIDADE
Sabendo que a propaganda nasce de um discurso que é pela primeira vez divulgado de boca a boca, nada mais justo que narrar sua trajetória começando pela oralidade até o papel impresso e as ilustrações. No Brasil, com a chegada da Corte Portuguesa, diversos projetos de infra estrutura cultural são implementados na capital, o Rio de Janeiro, para que comportasse de forma mais confortável a grandeza da coroa. Um exemplo dessa reforma cultural foi o fim da Censura Prévia, feita por Dom João VI em 2 de Março de 1821.
Antes disso, a propaganda oral já tomava conta das ruas e fazia o nome dos comércios e produtos. Escravos de Ganho, vendiam quitudes e serviços que eram sempre propagados de esquina em esquina pelo boca-boca.
“ Em um mundo em que a impressa é recente, não faz sentido separar a forma impressa dos modos de comunicação oral. Logo, mesmo que as notícias que deram início à imprensa no Rio de Janeiro tenham atingido um público restrito, a partir das formas de vida e sociabilidade existentes na cidade, podemos pensar numa mescla de públicos que se cruzam. Ou seja, para obter as informações de um jornal, não há a necessidade de lê-lo, um vez que as notícias vêm e vão, de boca em boca, nos encontros do cotidiano carioca do século XIX.” – MARIALVA BARBOSA, A história cultural da imprensa.
A ESCRITA PUBLICITÁRIA
– Gazeta do Rio de Janeiro
A primeira forma palpável da publicidade no brasil em 1880, foi a escrita. Os textos publicitários passaram a tomar conta dos jornais e gazetas que foram surgindo na época, logo após a abolição da censura prévia, tomando mais força na década de 60 daquele milênio no Brasil.
Os textos eram simples e chamativos, usando palavras como : “ATENÇÃO! MUITA ATENÇÃO” e “AVISO!” repetidamente, sempre com um tom polemista. Quadrinhas eram bastante utilizadas para cativar a atenção do leitor, e prendê-lo. Apesar da escrita na década de 80 ser elitizada, os leitores eram de natureza ambígua, como enfatiza a historiadora, Barbosa em seu texto. Constituído por semi analfabetos principalmente, os textos eram predominantemente com rebuscada dos brasileiros, porém, com anúncios de fácil leitura que chamava mais atenção das classes menos estudadas.

“Barbosa sugere que a publicação de jornais implica, necessariamente, uma pluralidade de atores sociais, lugares e dispositivos, técnicas e gestos. Tanto a produção do texto como a construção de seus significados dependem de momentos diferentes de sua transmissão. Prólogos, advertências, títulos, subtítulos e divisões, negritos, itálicos, letras maiúsculas no meio de frases e exclamações indicam essa natureza ambígua do destinatário e a dupla circulação dos textos”.

- Racismo e mercado
Para entender a natureza das publicações da Gazeta e outros jornais que circulavam na época, é necessário fazer uma profunda análise social do tempo.
A centésimo de 1800 foi marcado pela abolição da escravidão em 1888, no Brasil. A imprensa comunica em seus meios a fala da sociedade a partir de cada pauta relevante ou não sobre a sociedade da época. Ao contrário dos leitores serem de natureza ambígua, como já citado anteriormente, os escritores e publicitários por sua vez ocupavam altos patamares da sociedade.
Parte considerável dos anúncios eram sobre política, em especial grandes jornais como Gazeta do Rio, porém haviam também anúncios que vendiam moda feminina francesa e outras estrangeiras, produtos musicais e retratistas entre outras coisas.
Em 1800 todos os países do mundo já haviam abolido a escravidão, enquanto no Brasil, o escravo ainda era o maior bem dos senhores de engenho escravocratas e consequentemente, tomavam maior parte dos anúncios e textos publicitários no jornal. Não era incomum os haver classificados de escravos e a procura dos fugitivos. Estes por sua vez utilizavam de um texto árduo e seco que enfatizava características racistas do estereótipo negro. Sem nenhum tipo de filtro.
“Sobre a imprensa abolicionista, a historiadora afirma que na década de 1880, tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo, cresce consideravelmente o número de tipografias. A cidade se constitui num lugar de formação de opinião. Temas abolicionistas e republicanos, debatidos ao longo das décadas de 1870 e 1880, aumentaram, intensificaram e polarizaram as polêmicas, forma tradicional do jornalismo do século XIX.”
A TIPOGRAFIA E OS JORNAIS.
Os primeiros reclames ilustrados apareceram nos jornais cariocas: O MEQUETREFE e O MOSQUITO por volta de 75 do século. As primeiras peças eram forjadas em litogravura desenhadas em uma pedra matriz -pedra calcaria- com um lápis gorduroso. A partir disso surge um movimento que populariza ainda mais o jornal, já que as ilustrações facilitavam a compreensão do texto, estes que por sua vez era recheado de rimas e humor, que se
estendiam até os assuntos políticos, trazendo inclusive questões anarquistas para o Brasil.
Os Pasquins eram os jornais que iam de encontro com a massa, principalmente as mais pobres. Estas por sua vez, foram privilegiadas com o surgimento dos reclames ilustrados. Sua linguagem era mais coloquial que outros jornais da época com rebusco politico como A Gazeta.
Exemplos de Pasquins: "Aurora Fluminense", "A Malagueta", "O Martelo", "O Buscapé”.





Jornal Negro
Se enganava e ainda se engana quem pensava que negros não escreviam ou liam no século XIX. Apesar desse aprendizado ser negado pelos escravocratas latifundiários da época, diversos intelectuais, musicistas, e até a própria realeza africanas foram também vítimas do sequestro e da diáspora causada pela colonização e invasão europeia.
“O Governo, sendo composto de brancos, não deveria ser obedecido pelas classes heterogêneas.”
Assim dizia o primeiro jornal da Imprensa Preta no Brasil, que nasce em 1833. O objetivo do jornal era denunciar o racismo e ir de contra as leis escravistas do país. O primeiro jornal lançado pela Imprensa Preta se chamava "O Homem de Cor", a resistência deste jornal persistiu durante décadas do jornalismo brasileiro e deu voz à inúmeros jornalistas e escritores negros como por exemplo: Antonio Pereira Rebouças, Manoel Querino, José Correia Leite, Abdias Nascimento e Gustavo Lacerda, este último, ilustre fundador da Associação Brasileira de Imprensa, a centenária ABI. Também passaram pelo jornal nomes conhecidos até hoje na literatura, tais como: José do Patrocínio, Luiz Gama e Machado de Assis.
Os jornais feitos para e por negros não se resumiu apenas em O Homem de Cor, houveram outros como O Brasileiro Pardo, Exemplo e o Cabrito. Infelizmente, devido a condição financeira das pessoas pretas no Brasil (o público alvo), muitos desses jornais não se mantiveram por muito tempo.



Muito boa a pesquisa de vocês quanto a essa época da história, o recorte ao qual vocês deram foco, o jornal negro, ficou bem legal, mas escrevam o texto utilizando as palavras de vocês. Deem uma legenda aos anúncios que anexaram como exemplos e podem acrescentar mais alguns exemplos para enriquecer mais. As questões sobre oralidade e escrita publicitária também são bem interessantes, mas citem a fonte da pesquisa.
ResponderExcluirVocês podem melhorar o trabalho! ;)
Deem uma revisada e qualquer dúvida, vem de zap bb!