Atividade Aula 2 – A propaganda de 1900 – 1949 / Grupo: Isabela Félix e Raniery Sousa

HISTÓRICO DA PUBLICIDADE E PROPAGANDA NO BRASIL

PERÍODO DE 1900 À 1950


 Anos: 1900 à 1910


  O período de 1900 a 1910 foi uma década que marcava o inicio da República e mostrava uma grande acomodação do novo regime, uma década em que ocorreram muitas revoltas e grandes conflitos marcados por sentimentos da população brasileira.
      É comum associar os primeiros anos do século 20 às invenções que encantavam a sociedade urbana, mas para esse traço marcante da história tecnológica e social não há correspondente na história política.
     No início do século XX, a população brasileira era de 17,3 milhões de habitantes, vivendo cerca de 11 milhões no campo, a população rural na maioria das vezes, praticava agricultura de subsistência e criação de gado.
       A partir de 1900, com o surgimento da Revista Semana, inicia-se uma nova fase com uma linguagem menos agressiva, atualidades e preocupações literárias. Também surgiram as revistas Arara e Vida Paulista, que se mantinham através das propagandas. Muitos nomes tornaram-se conhecidos nesta época pelos anúncios em grande escala: Drogaria J. Amarante, Charutaria do Comércio, Vinho Baruel, Antarctica, Loteria São Paulo e também a Papelaria Duprat, o Polytheama, a Chapelaria Alberto e a Leiteria Mandaqui. Além das peças publicitárias coloridas mostrando vinhos, cabeleiras postiças, corpetes, cigarros e teatros de variedades, anúncios de remédios avolumavam-se cada vez mais.


Em 1902 começou a circular a revista ‘O Malho’ e Euclides da Cunha publicou ‘Os Sertões’. 

A propaganda extraída do livro (A Cidade de Campinas em 1900) original produzido em 1899 e publicado em 1900.

“Larga-me! Deixa-me gritar! Xarope São João, contra tosse e bronquite produz alivio imediato”. Esse foi um dos primeiros anunciantes a se beneficiar do outdoor, da forma como conhecemos hoje.

  

Anos: 1910 à 1920

 1913 ou 1914, nasce a primeira agencia de publicidade, na verdade não foi uma agencia desde o começo, era uma firma que evolui no sentido da publicidade e logo se transforma em agencia. Segundo Júlio Cosi, nos começos da Eclética “os jornais eram quase os mesmos de hoje, mas extremamente pobres em publicidade”.

Prédio da Eclética (Centro de São Paulo) em 1.920
Na época da Primeira Guerra Mundial havia cinco agencias funcionando em São Paulo: a Eclética, A Pettinati, a Edanée, a de Valentim Haris e a de Pedro Didier e Antônio Vaudagnoti. Folheando jornais de São Paulo e Rio de Janeiro nos anos de conflito europeu, não se notava grandes mudanças. Eram os mesmos anúncios de sempre que prevaleciam, na maioria das vezes de remédios, com algum avanço na visualização, mas sempre com o mesmo padrão de mensagem.
Propaganda do Biotônico Fontoura em 1910
 A Bayer foi a pioneira em fazer sucessivas campanhas, todas compostas de muitas peças. Anúncios com tá­tulos imaginosos, de sabor institucional, ou de um paralelismo ingênuo, ou ainda fortemente agressivos. Foram feitos para diferentes produtos séries e mais séries de anúncios. Na medida em que eram lançados novos produtos, a propaganda da empresa mais e mais se avolumava. Sempre interessante sempre indicativa dos vários estágios pelos quais foi passando a publicidade. Não há registro de quem a fazia. Mas pode-se supor um cliente com departamento organizado, atuante, que mobilizava os recursos da época: desenhista, redator, tipógrafo, agente.

Propaganda do lança perfume (que era permitido na época) publicada no jornal Diário Pernambucano, em 04 de Janeiro de 1910.

Propaganda cervejas Brahma,década de 1910.

Anos: 1920 à 1930

Na década de 1920, vários temas foram abordados, em 22, propagandas sobre sabonete mostravam com nitidez a preocupação com a beleza e a estética. Em 1926 fica mais explí­cito esse lado de preocupação com a estética com os primeiros anúncios sobre moda. Neste mesmo ano, pode-se perceber a presença cada vez mais acentuada das empresas norte-americanas. 
Propaganda da Pasta Russa veiculada em 1920: aumentar volume dos seios das mulheres.
Com a vinda das marcas, também chegavam ao paí­s a técnica norte-americana de propaganda comercial, neste ano a GM tem seu próprio departamento de propaganda com funcionários. Ao longo do tempo essa pequena oficina de publicidade da GM soube compreender as necessidades crescentes, procurou aparelhar-se, aumentar em eficiência e perfeição. Investiu, foi ajudada. A atual gráfica Lanzara.
Local onde funcionava a fábrica e escritório da GM no Brasil

Ford - agente C. A. Corbett Publicado no jornal santista A Tribuna em 2 de janeiro de 1920


Anos: 1930 à 1940

A década de 30 é marco divisor de águas na História brasileira. De um lado, o declínio de uma classe social constituída até o momento por uma elite agrária rural, os Senhores do Café. De outro a ascensão da burguesia industrial e o crescimento do proletariado urbano. Em meio a este contexto, o Estado, que tenta se firmar e definir sua atuação dentro desta sociedade. É o momento em que o proletariado urbano inicia sua luta de reivindicações, juntamente com os trabalhadores rurais.

A partir de 1930, com a ascensão do governo populista do presidente Getúlio Vargas, o operariado brasileiro recebeu uma série de benefícios sociais. Era necessário abrir o país para o capital estrangeiro e avançar do período rural para a industrialização. O Governo Vargas, traçou as diretrizes da modernização estatal, adequando as leis e a sociedade para esta nova fase e servindo de interventor, apaziguador (!!) e controlador das lutas de classes
Essa época é marcada pelo rádio, que se destacou pelos programas de grandes dimensões, musicais, locutores programas de auditório, uma época onde pessoas ouviam rádio e se identificavam com locutores e músicas. Programas como: Hora do Calouro, Balança, mas não cai, Cassino do Chacrinha eram pratos cheios para propaganda.
 Nessa época, os anunciantes eram lojas de departamentos, restaurantes, lanchonetes, xaropes e propaganda comercial. Surgem os programas patrocinados e as inserções publicitárias tornaram-se mais explícitas. Surgia também jingle e o slogan, um dos mais conhecidos era o slogan do Repórter Esso: 'o primeiro a dar as últimas'.
Propaganda em revista na década de 30.



  Os produtos farmacêuticos ainda são os maiores anunciantes, mas começaram a aparecer também as cervejas, cigarros, automóveis, lâmpadas e cremes dentais. Surgem os primeiros outdoors, com anúncios da Ford, Chevrolet, Goodyear, Pirelli, Atlas, Texaco, Atlantic, Frigidaire, Cinzano e Gancia.
   Nos jornais, a concorrência se dava através de competição, réplicas e tréplicas dos anunciantes.

No Brasil, entre 11 e 18 de fevereiro de 1922 é realizada, no Teatro Municipal de São Paulo, a "Semana de Arte Moderna", que contou com a participação de escritores, artistas plásticos, arquitetos e músicos. O seu objetivo era renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com "a perfeita demonstração do que há no nosso meio a nível da esculturaarquiteturamúsica e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual", como informava o Correio Paulistano a 29 de janeiro de 2010.


Anos: 1940 à 1950

Na década de 40 as atividades publicitárias foram turbulentas, a guerra influenciava muito na propaganda, imagens e os textos ligados a bombas e destruição apareciam com certo humor como, por exemplo, o remédio Piralgina que dizia: "Piralgina destrói qualquer dor".
   Os slogans tiveram destaques nesta época, pois tinha as produções da época, as radionovelas e os programas de auditório, com essa grande extensão do slogan, em 1948,foi fundada a Rádio de Gravações Especializadas, para gravações e criações de spots e slogans.
Spot de rádio, cartazes e fotos do Recenseamento Geral de 1940. No final há um pequeno trecho da música Recenseamento, composta por Assis Valente e gravada por Carmen Miranda.

    Primeiras tentativas de disciplinar a ética da propaganda, com Conselho Nacional de Imprensa (CNI) e da Associação Brasileira de Propaganda(ABA).A institucionalização segue seu curso com a criação de uma nova entidade: Associação Brasileira das Agências de Propaganda (Abap).

  Fase expressiva na criatividade, período áureo do jingle e chega no Brasil finalmente a Coca-Cola. O crescimento no mercado publicitário pós-guerra, fez com que os profissionais de publicidades tivessem necessidades de organização, conceitos e disciplina.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://acontecendoaqui.com.br/historia-da-propaganda
http://lounge.obviousmag.org/anna_anjos/2012/11/publicidades-antigas-do-brasil.html
http://designices.com/10-cartazes-de-cigarro-das-decadas-de-1920-a-1950/
https://br.pinterest.com/pin/845902742481215186/?autologin=true




Comentários

  1. A pesquisa ficou muito boa, vocês trouxeram um texto que resume bem a história da publicidade e propaganda no Brasil e o contexto político/social da época, mas há a falta de abordagem sobra história da publicidade e propaganda em Goiás. Os exemplos trazidos são muito bons também. O texto deveria ser escrito com as palavras de vocês, mas gostei de terem colocado a referência de pesquisa. O trabalho pode ficar ainda melhor.
    Deem uma revisada e qualquer dúvida, vem de zap bb! ;)

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