Correção da Atividade 2 - A Propaganda de 1900-1949 - GRUPO: Ana Paula Rodrigues, Aníbal Serafim, Elisa de Castro, Gabriela Argollo, Júlia Alecrim, Raquel Villa Verde.

A PROPAGANDA NO BRASIL NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
1900-1910
LIXIR DE NOGUEIRA - Anúncio de 1923 ("O Malho"). Anúncios antigos do "milagroso" Elixir de Nogueira, "O Grande Depurativo do Sangue", anunciado inclusive como o único para a cura da sífilis.


Enquanto a Europa se preocupava com a Primeira Guerra Mundial, com produções bélicas e campanhas de recrutamento o Brasil focava nas exportações agrárias e se desenvolvia.

O começo do século XX foi marcado com o desenvolvimento do parque gráfico, consequentemente, os anúncios ganharam mais cores. Em 1901, o cartão postal chega ao Brasil, porém somente a classe média tinha poder aquisitivo de adquiri-lo. Todavia, comerciantes passaram a utilizar esses cartões para divulgar seus produtos.

Nessa década surge a Revista da Semana cujo anúncios têm uma linguagem mais sutil. Além disso, surgem revistas menores, como a Vida Paulista e Arara, a qual se mantinham com anunciantes locais. Ademais, a propaganda foi marcada pela utilização de políticos como garotos-propaganda. Nesse período, os anúncios publicitários eram produzidos por artistas e poetas famosos, como Olavo Bilac, Vasco Lima, entre outros. 

Para anunciar as qualidades do xarope Bromil, por exemplo, Felipe contratou o grande poeta Olavo Bilac, que em um anúncio vinculado primeiramente no Jornal do Brasil em 1912, testemunhou as qualidades terapêuticas do xarope. 


1910-1920


Em 1913, foi fundada a primeira agência de publicidade nacional, a Eclética, que segundo Júlio Cosi, era mais jornalística e menos publicitaria, se comparada com os padrões atuais. Assim, durante a primeira guerra mundial, haviam cinco agencias em funcionamento em São Paulo: a Eclética, Pettinati, Edanée, Valentim Harris e a de Pedro Didier e Antônio Vaudagnoti. Porém, ao se folhear as páginas destes e as páginas dos jornais do Rio de Janeiro (ou seja, as duas cidades que mais se destacavam no ramo), não era possível perceber grandes diferenças, uma vez que o que se mostrava durante o conflito era divulgado da mesma forma, e com os mesmos anúncios e mesmo padrão de mensagem.

A sede do jornal Eclética


Anúncio da agência Pettinati

Nesse período, as propagandas estrangeiras já estavam bastante aprimoradas, desse modo, o Brasil, seguindo suas influências em um contexto de comunicação global pela Primeira Guerra Mundial, importou algumas ideias e modelos como exemplo, apesar de não estarem ligados com a cultura brasileira propriamente dita. Contudo, o apelo americano servia como meio de vendas.

Exemplo de influências americanas na propaganda brasileira


A agencia Bayer, no entanto, foi a primeira a fazer campanhas sucessivas compostas de muitas peças, assim como foram feitos para diferentes produtos. Anúncios com títulos imaginosos, de sabor institucional, ou de um paralelismo ingênuo, ou ainda fortemente agressivos. No entanto, não há nenhum registro de quem fazia tais anúncios, supondo que fosse, então, um cliente com departamento organizado, atuante, que mobilizava os recursos da época: desenhista, redator, tipógrafo, agente, gerando resultados surpreendentes.

Anúncios de produtos feitos pela Bayer


Após a Primeira guerra mundial e do boicote promovido ao café brasileiro, a industrial nacional se expandiu, levando assim, nesse cenário de desenvolvimento, fábricas de calçados, como a Casa Clarke e Alpargatas à aumentar sua produtividade, juntamente com a expansão de empresas publicitárias e iniciação de outdoors nas ruas. No final da Primeira Guerra Mundial, São Paulo contava com outras cinco grandes agências. Os maiores anunciantes eram a Farinha Láctea Nestlé, o Extract Vision de Fleurs da Colgate-Palmolive, a Colgate Baby Talc Powder e a Bayer, previamente apresentada.


A sua fórmula foi desenvolvida no Brasil, no início do século XX, pelo farmacêutico português Eduardo Augusto Gonçalves, que a registrou em 1915. Inicialmente, a pomada era comercializada apenas na Pharmacia Minancora, de Joinville (SC). Só depois de 1934, foi criada a Minancora & Cia que passou a distribuir o produto em todo o país.
Propagada da Farinha Láctea Nestlé veiculada em 1930. Campanha promovia o uso do produto logo após a mãe desmamar a criança. 

O que hoje em dia podemos dizer que são "crianças hiperativas", em 1910 a situação era caso de psiquiatra.
Em 1928 a coligação da Colgate com a Palmolive-Peet que deu inicio á Colgate-Palmolive-Peet Company

Consagrado pelas maiores notabilidades médicas, em virtude do valor de sua fórmula, um dos maiores triunfos da indústria farmacêutica brasileira.


1920-1930


Com a semana de arte moderna em 1922 e a chegada do rádio, a publicidade no Brasil alcançou novos níveis. Em 1923 a primeira estação de rádio é montada no Rio de Janeiro, na Praia Vermelha, transmitindo apenas programas literários, informativos e musicais.

As emissoras de rádio eram mantidas por sócios, pois as propagandas eram proibidas pela legislação. Mesmo assim o rádio se popularizou muito entre a população por causa da agilidade, custo menor e por abranger uma maior parte da população, já que muitas pessoas ainda eram analfabetas.

Nessa época nota-se a preocupação com a beleza e estética, tendo várias propagandas sobre sabonetes. Em 1926 são publicados os primeiros anúncios sobre moda, enfatizando os cuidados com a estética.


Uma propaganda veiculada no começo dos anos 20 dos Sabonetes Vizella. A ilustração apresenta três garotos tomando banho em uma tina. A promessa do anúncio aponta que o sabonete traz a cura para doenças da pele. 

Na época em que a exibição do corpo feminino era um mito, o Dr. Ribacal apresentou a sua Pasta Russa. A promessa é de encantar as mulheres (até nos dias de hoje): seios "desenvolvidos, fortificados e aformoseados" em apenas dois meses, como diz o anúncio. Este anúncio ficou estampado em diversos jornais por muito tempo. Este recorte é do jornal "O Estado de São Paulo" no dia 05 de julho de 1918.


As grandes empresas norte americanas entraram no país nesse mesmo período, trazendo a técnica de propaganda comercial estadunidense. A GM tinha seu departamento com funcionários e soube entender as necessidades e aumentou a perfeição e eficiência nas propagandas.


Os maiores anunciantes da época eram a Casa Colombo, Bromil, Cigarros Veado e Biotônico Fontura. Também no ano de 1926 o laboratório Fontura contratou Monteiro Lobato para escrever a história de um personagem que faria as campanhas de conscientização e propagandas, Jeca Tatu.


Os cigarros da marca Veado eram feitos no Rio de Janeiro pela Imperial Estabelecimento de Fumo, a primeira fábrica de cigarros do Brasil.

1930-1940

A indústria propagandística foi implantada no Brasil com a Revolução Constitucionalista de 1932, segundo o publicitário Aldo Xavier, visto que as tentativas anteriores foram falhas. Assim, pelo fato de ter uma indústria nacional, a propaganda se desenvolveu rapidamente no Brasil.

A utilização e influência do Rádio se expande. A primeira fase da propaganda nesse meio de comunicação se destacou por programas de grandes recordes de audiência, visto que milhares de pessoas os ouviam e se identificavam com os personagens das radionovelas ou seus locutores. Exemplos disso são, Hora do Calouro, Cassino do Chacrinha e o programa de Otávio Gabus Mendes, o qual foi um dos primeiros programas em que o público participava. 


Surgem os programas patrocinados e as publicações publicitárias se tornam mais explícitas. Nesse período restaurantes, lanchonetes e lojas de departamentos eram os grandes anunciantes.

Além disso, a década de 30 foi muito importante para a propaganda e a publicidade brasileira, pois, devido a diversos investimentos, foi implantada no Brasil a primeira clicheria comercial e o primeiro escritório da J. Walter Thompson.

É nessa década também que surgem os programas relacionados a jingles e marcas, chamados de spots. Mesmo com o aparecimento de anúncios de cerveja, cigarros, pneus, cremes dentais e automóveis, os produtos farmacêuticos ainda são os maiores anunciantes.


Nessa época que surgem os primeiros outdoors, anunciando marcas com Chevrolet, Texaco, Ford, Goodyear e Pirelli.

            



1940-1949

 Assim como o mundo, a propaganda brasileira também estava em guerra. Já havia se iniciado a 2 Guerra Mundial e a propaganda nacional sofria com a guerra das trocas comerciais. Estavam em evidência as radionovelas, os radio teatros e os programas de auditório. Como radionovelas se destacam o “Manhã de Sol” e o “Sítio do Pica-Pau Amarelo”. Já no radio teatro o “Em Busca da Felicidade”.

Como tentativa de se reerguer, artistas e apresentadores eram usados para anunciar produtos que acabavam virando brindes para os auditórios. Outra estratégia usada foram as datas comemorativas criadas, como Dia das Mães e Dia dos Pais, para alavancar os anúncios.


A guerra influenciava também a propaganda que usava o conflito de diversas maneiras, sendo cômicas, dramáticas ou apelativas, para atrair seu público. Como por exemplo um simples remédio para dor de cabeça usa de referencia da guerra para passar a mensagem.

Medicamento que atravessa décadas! Melhoral sempre focou no alívio instantâneo para a dor de cabeça. Esta campanha foi veiculada nos anos 50.

Também um anúncio de óleo para carros que usa de um lado mais dramático para convencer o leitor.


Foi fundada em 1° de agosto de 1949 a Associação Brasileira de Agencias e Propaganda (Abap) que surgiu para defender os interesses de agências brasileiras associadas á indústria de comunicação. Ela foi influenciada pela criação da Associação Brasileira de Publicidade (ABP) que profissionalizou e legitimou uma atividade que era praticamente desconhecida em um época em que os publicitários eram confundidos com propagandistas. 



A PROPAGANDA GOIANA NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX

O primeiro jornal do Centro-Oeste chamava-se Matutina Meyapontese, também sendo distribuído no estado de Goiás.


Em 1 de junho de 1830, nascia a propaganda em Goiás.





O texto anunciava a venda de bilhetes de loteria em benefício do primeiro hospital do estado, o São Pedro Alcântara, na Cidade de Goiás.

Surge no Rio de Janeiro em 15 de agosto de 1917, o jornal A Informação Goyana, que era trazido do Rio de Janeiro e mostrava as potencialidades da região Brasil Central, pelos diretores Henrique Silva e Doutor Americano do Brasil, ambos goianos, que tinha apoio do governo goiano, mas sem informações do estado natal.

Esse apoio do governo goiano teve papel importante para a consolidação e ampliação do sistema ferroviário em Goiás, que foi considerável para o crescimento econômico da região. A primeira informação que relata algo sobre Goiás no jornal impresso surgiu em 15 junho de 1918, na Edição de n° 11, que se tratava do Colégio Novais de Jatahy de Goyaz que tinha internato, semi-internato, externato e seus atributos como corpo docente, contribuições e avisos sobre a escola.


Não só os jornais, mas os cartazes também foram de muita importância na transmissão de propaganda em Goiás. Na foto a seguir de 1924, o programa da festa de Trindade, o qual já era tradicional na época.


Na edição n° 8 ano II de 15 de março de 1919 na página 120, foi publicado um anúncio de venda de terras férteis na divisa de Goiás e Minas Gerais, próximo a Cachoeira Dourada. Na imagem a seguir também foi publicado o anúncio do internato e externato Amor e Luz, do diretor João Guilherme Chaves, localizado em Catalão, e a venda de uma fazenda localizada no município de Bomfim, no estado de Goiás. 



Referências Webgráficas

PISTILLI, Luciana. "História da Publicidade no Brasil". Disponível em: <https://pt.slideshare.net/luciana/histria-da-publicidade-no-brasil>. Visitado em: 14 março 2018.

"A Propaganda no Brasil". Disponível em: <https://www.ufrgs.br/napead/repositorio/objetos/fases-da-publicidade/textos/artesanal_01.pdf>. Visitado em: 14 março 2018.

"História da Propaganda Brasileira". Disponível em: <https://acontecendoaqui.com.br/historia-da-propaganda>. Visitado em 14 março 2018.

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